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Brasil precisa definir estratégias para veículos autônomos

Apesar dos veículos autônomos terem desafios de infraestrutura para avançar no Brasil, o País não pode esperar até meados da próxima década para ter o ambiente ideal para circulação deles. A opinião é dos presidentes da Audi Brasil, Johannes Roscheck, e da Scania América Latina, Christopher Podgorski, que participaram do Automotive Business Experience, ABX19, realizado na segunda-feira, 27, no São Paulo Expo. 

Para os executivos, indústrias, governos e demais envolvidos no ecossistema para a produção do veículo autoguiado, é essencial colocar o tema no radar para acompanhar a tendência global. “O carro autônomo é um caminho sem volta”, diz Podgorski, acrescentando que o Brasil não pode olhar somente o fim da jornada. Isto é, aguardar o ganho de escala em outros mercados para definir a estratégia local. 

Durante o painel “O que você sempre quis saber sobre veículos autônomos, mas tinha medo de perguntar”, mediado por Marcus Vinícius Gonçalves, sócio-líder da KPMG para a área de Industrial Markets, os presidentes das duas montadoras analisaram as vantagens dessa tecnologia e os desafios do Brasil para colocar nas ruas a nova geração de carros que se dirigem sozinhos. 

Uma pesquisa realizada pela KPMG em 25 países apontou que a chegada ao mercado do carro autônomo passa por quatro pilares: regulamentação pelos governos, infraestrutura, investimentos e desejo do consumidor de andar nesse tipo de automóvel.

“O Brasil é o último colocado entre os entrevistados no pilar de política e regulamentação”, constata Gonçalves, da KPMG.

SEGURANÇA E SUSTENTABILIDADE

Ele informa que países da Europa, da Ásia e os Estados Unidos estão mais avançados nesse quesito e nos demais. Ele cita o exemplo do Japão, que promete usar carros autoguiados durante os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio. 

Roscheck, da Audi, destaca que um dos grandes benefícios dos veículos 100% autônomos é a segurança. “Mais de 90% dos acidentes de carro são provocados pelos seres humanos”, informa. Segundo ele, o humano não pode olhar para frente e para trás ao mesmo tempo, habilidade presente nos carros inteligentes. E recorda também a existência dos cinco níveis de automação, em que o quinto realmente dispensa motorista ao volante em qualquer situação. A Audi vai lançar no Brasil até fim de 2019 o A8 com nível 3 de autonomia. Roscheck diz que a tecnologia já existe, mas que o desafio agora é encontrar o ambiente ideal para que a indústria alcance os seus objetivos. Entre os fatores ele menciona a falta de legislação e o aprendizado das características de cada país.

No Brasil, o presidente da Audi cita que os algoritmos de machine learning precisam ser capazes de interpretar, por exemplo, o comportamento dos motoqueiros, que às vezes mudam de faixa, surpreendendo os motoristas. O carro autônomo teria de coletar dados para entender essa particularidade.

O presidente e CEO da Scania para a América Latina, Christopher Podgorski, conta que a jornada da companhia com os veículos autônomos começou em 2012. O objetivo da montadora com a oferta de ônibus e caminhões inteligentes é ajudar os países a transformar a logística de transporte. Ele enfatiza que as novas tecnologias reduzem custos, melhoram a eficiência energética e diminuem as emissões de carbono. 

Entretanto, Podgorski acredita que o Brasil ainda vai demorar para vencer as barreiras para a chegada do carro autônomo.

Fonte: Automotive Business

Foto: Divulgação/ICMC

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