PRF lança campanha para denúncias de “quebra de asa”
A Polícia Rodoviária Federal lançou uma campanha para aumentar as denúncias de uma “brincadeira”, chamada “quebra de asa”, que coloca em risco a vida de motoristas de caminhão.
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O sinal que eles fazem à beira da pista é para induzir o caminhoneiro a fazer uma manobra chamada “quebra de asa”. Há vídeos gravados em vários estados. Um flagrante foi no Espírito Santo, na BR-101, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim.
“Você pode tombar o caminhão por exemplo, não vê passar em cima”, diz Carlos Monteiro, caminhoneiro.
Luiz Carlos Teixeira, caminhoneiro: eu peguei e freei no meio da pista e quase um automóvel bate na minha traseira.
Repórter: Isso está muito frequente?
Caminhoneiro: Muito frequente.
O grupo estava em um ponto da rodovia. É uma reta que está a aproximadamente 40 quilômetros da divisa do Espírito Santo com o Rio de Janeiro. Alguns adolescentes ficavam de um lado e outros no outro acostamento. Assim eles faziam gestos para motoristas que vinham nos dois sentidos. Isso tudo em um trecho que é sempre assim: movimentado. A pista não é duplicada.
Motoristas que passavam pelo local ligaram para a polícia: “Tem umas cinco ou seis crianças. Eles estão na beirada da pista e quando vem caminhão e o caminhoneiro tem que jogar para outra pista, como se fosse bater em outro caminhão”.
“quebra de asa”
O policial rodoviário federal Sérgio da Costa Gonçalves foi ao local e flagrou o grupo: “O risco era eminente, se a gente não chega a tempo. Tivemos a felicidade de chegar a tempo de talvez evitar uma tragédia com a morte de cinco jovens”.
Um garoto de oito ano, uma menina de dez e três adolescentes estavam na estrada, acompanhados por dois adultos. Todos foram para lá num carro oficial da prefeitura da cidade de Cachoeiro de Itapemirim. Quem levou o grupo dirigindo foi Márcio Marques Ferraz. Ele é motorista da prefeitura e estava na hora do trabalho, junto com o filho Wesley Ferraz, de 23 anos, que também participava, ele foi levado para a delegacia e indiciado.
“Com relação ao Artigo 132, está claro que é expor a vida e a saúde a perigo, direto e imediato, e também a corrupção de menores que também pode estar presente no caso”, afirma Faustino Antunes, delegado.
O delegado também investiga se os adolescentes podem ser responsabilizados, se cometeram um ato infracional. Todos os menores foram ouvidos no Conselho Tutelar.
Repórter: Pelo que eles relataram, relatos não foi a primeira vez?
Leandro Vieira, Conselho Tutelar: Sim, alguns ali já são reincidentes na prática.
A federação dos policiais rodoviários lançou uma campanha pedindo para que motoristas denunciem a “quebra de asa”.
“Nós contamos com a população para seguir denunciando. Identificados os infratores, serão levados para responsabilização”, destaca o policial.
Fonte: Jornal Nacional
Foto: Divulgação
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